Minicursos

Os minicursos ocorrerão nos dias 22 e 23 de novembro, das 14h às 16h, no formato presencial.

 

Título: Variação linguística e ensino: interfaces com as pesquisas geolinguísticas 

Ministrante: Carla Regina de Souza Figueiredo – UEMS

Resumo: Este minicurso visa fomentar reflexões sobre alguns fenômenos gramaticais da língua portuguesa em contextos reais de uso – numa percepção de língua heterogênea e sócio- histórica situada – com o que previu normativos como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o tratamento dispensado à ‘variação linguística’ nos manuais indicados pelo PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático), além de demonstrar como resultados de pesquisas geolinguísticas mobilizam um ensino de língua mais próximo do repertório dos sujeitos envolvidos neste processo e, consequentemente, interveem positivamente no desempenho linguístico de professores e de alunos em diferentes atividades comunicativas escritas e orais.

Palavras-chave: pesquisas geolinguísticas; variação linguística; ensino de língua portuguesa.

 

Título: Aprendendo sobre a relação entre dicionários e pesquisas geolinguísticas

Ministrante: Daniela de Souza Silva Costa – UFMS

Resumo: Cardoso (2011) já alertara que os projetos de dicionários gerais de língua portuguesa pouco ou quase nada utilizam fontes geolinguísticas em seus corpora. Isso pode interferir tanto no que tange à frequência das lexias candidatas a entrada quanto, sobremaneira, na atribuição de marcas de uso. Com vistas, pois, a contribuir para uma mudança nesse cenário, este minicurso tem como objetivo geral demonstrar como pesquisas geolinguísticas, como o Atlas Linguístico do Brasil, podem auxiliar na elaboração de produtos lexicográficos. Para isso, discutiremos conceitos essenciais, como marcas de uso, dicionários e atlas linguísticos, bem como conheceremos projeto que fez uso do corpus do ALiB, realizando atividades práticas para uma melhor sedimentação dos conhecimentos partilhados. Assim, espera-se que o minicurso fomente novas pesquisas tanto no âmbito da Geolinguística quanto no da Lexicografia, bem como ratifique a relevância do Atlas Linguístico do Brasil para a documentação da variante brasileira do português.

Palavras-chave: pesquisas geolinguísticas; Lexicografia; Atlas Linguístico do Brasil.

 

Título: Lexicografia e ensino: intersecções teóricas e aplicadas

Ministrante: Renato Rodrigues-Pereira – UFMS

Resumo: A Lexicografia, ciência que se ocupa de estudos teóricos e aplicados sobre os diversos tipos de dicionários existentes e emergentes, possui natureza interdisciplinar, à medida que necessita, a depender das intenções investigativas do lexicógrafo, buscar conhecimentos de outras áreas do conhecimento. Tanto em processos de elaboração de repertórios lexicográficos, como em atividades de ensino e aprendizagem, a variação linguística sempre suscitou importantes decisões, tanto em relação ao seu registro em uma obra lexicográfica, como em seu ensino nos diferentes centros de estudo. Com este minicurso, ao orientar-me por princípios teóricos e metodológicos da Lexicografia Geral e da Lexicografia Pedagógica, assim como por epistemologias da Dialetologia, da Sociolinguística e da Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas, apresento noções teóricas e aplicadas sobre o fazer lexicográfico, com foco para o registro de marcas diatópicas em dicionários, assim como demonstro a importância desse tipo de informação  em dicionários pedagógicos destinados a estudantes de línguas materna e estrangeira.

Palavras-chave: Lexicografia Pedagógica; variação linguística; ensino.

 

Título: Processamento de dados dialetais em XML

Ministrante: Jorge Luiz Nunes dos Santos Junior – UFMS

Resumo: A linguagem de marcação XML, acrônimo de Extensible Markup Language, oferece ao pesquisador uma forma de organizar um conjunto de dados em uma estrutura arbórea e, posteriormente, esses dados podem ser recuperados eletronicamente a partir de ferramentas computacionais construídas especialmente para esse fim. Podemos pensar, metaforicamente, que essa técnica de Processamento de Linguagem Natural (PLN) se assemelha ao ato de guardar dados em gavetas de um grande armário que podem, ainda, apresentar subdivisões para armazenar informações específicas. Nessa dinâmica, cada gaveta recebe uma etiqueta que é utilizada para identificar a informação que é recuperada em um ambiente informatizado. Dessa forma, ao estruturarmos um conjunto de dados do ALiB em XML é possível recuperar o conteúdo das transcrições de uma entrevista e, ainda, filtrar os resultados a partir das variantes sexo, idade, escolaridade e localidade. Assim, o uso do XML se configura em uma técnica útil para a visualização de informações pontuais em um corpus que podem, inclusive, integrar outros projetos, pois o XML é compatível com outros sistemas computacionais permitindo sua integração em variados produtos digitais.

Palavras-chave: Projeto ALiB; dados dialetais; XML; Processamento de Linguagem Natural.